Um artigo que encontrei recentemente...

Já é antigo, mas só agora o descobri!!! É sempre bom descobrir estas coisas... (mais vale tarde que nunca!!!) :)

(passo a citar:)

Rock português
Pai, filho e... espírito ‘rocker’
A música faz parte das suas vidas, desde que nasceram. Cresceram no meio dela, entre discos, concertos e instrumentos. Agora, os filhos – no sentido mais real da palavra – dos «pais» do pop rock português já são, também eles, músicos com ambições. O talento vem nos genes? E onde fica o confronto de gerações?
Miguel Judas / VISÃO nº 693 15 Jun. 2006
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O avô Kalu
O exemplo paterno é meio caminho andado, não há dúvida. Já se sabe que há sempre um momento em que os miúdos querem ter a profissão do pai... Kalu, dos Xutos e Pontapés, assume-o sem problemas quando fala de Fred, o seu filho mais velho, baterista, tal como ele. «Foi o meu primeiro filho, andava sempre comigo nos concertos e sabe-se como as crianças têm um especial fascínio pela bateria, porque brilha, faz barulho. E no caso dele, ainda porque via o pai a tocar. Assumo que tive uma influência directa na sua decisão, mas não insisti», afirma. Kalu tem 47 anos e Fred 24. Ao lado um do outro, parecem mais irmãos do que pai e filho, em especial porque, sempre que se dirige ao pai, Fred trata-o pelo nome: Kalu.

Apesar de lhe pressentir «o bichinho», desde pequenino, o baterista dos Xutos não esperava que o filho evoluísse tão rapidamente com os pratos e as tarolas. «Nunca pensei que ele fosse tão bom baterista, até o ver ao vivo, num concerto da sua banda, os Yellow W Van. Vi logo que tínhamos homem», sublinha. Curiosamente, tocaram juntos apenas uma vez, num workshop de bateria. Mas mais recentemente, os seus caminhos voltaram a cruzar-se, ainda que de forma indirecta, no musical Sexta-Feira 13, homenagem à história e obra dos Xutos e Pontapés, em que Fred era o baterista do grupo que recriava as canções dos autores de Remar, Remar ou Circo de Feras. «Li num jornal que estavam a precisar de músicos, fui ao casting e aceitaram-me.» O pai só soube depois. A experiência de tocar as músicas dos Xutos classifica-a, hoje, como «única». «São temas tecnicamente perfeitos e é por isso que, passados 20 anos, permanecem actuais», sustenta, num elogio mal disfarçado ao pai, que retribui: «Vê-lo tocar foi do que gostei mais em toda a peça, acho que se safou muito bem.» Kalu tem mais dois filhos: Vasco, de 21 anos, que é MC e produtor de hip-hop, e Max, de 11, «com maior vocação para letrista». Entretanto, o filho de Fred, neto do avô Kalu, Sebastião, 4 anos, «já começou a dar uns toques», na mesma bateria em que o pai, aos 16, aprendeu a tocar. O que levou Fred, no último Natal, a oferecer ao pai um presente muito especial: um poster composto por três fotografias: de Kalu, dele próprio e de Sebastião a tocar bateria, todos na mesma pose e com a mesma expressão facial. «É arrepiante», comentam, babados, pai e avô.
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in: http://visao.clix.pt/default.asp?CpContentId=330991